7 de abr. de 2012

Before Awakening - 1° Capítulo

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Capítulo 1.

Fitei meus pais, estava do outro lado da incrível e imensa mesa, que era do outro lado da sala. Nunca entendi qual era o problema de comprar uma mesa de apenas seis lugares. Não entendia porque as pessoas viam para cá, jantar, almoçar ou apenas tomar o café da tarde, eles tinham casa, não tinham?
Mas era sempre assim, graças à religião deles. Eu era atéia, não acreditava em qualquer fonte, ou propriamente dito em Deus. Mas fingia para agradar as visitas de meus pais, e ao Padre não-sei-o-que. Era obrigada a freqüentar a igreja, e era obrigada a viver com meu “Protetor”. O dever dele era me proteger, de tudo e de todos. Sim, eu sei me defender. E com meu “Companheiro”, um tipo de namorado, o qual meus pais escolhiam.
Comecei a comer de cabeça baixa. Eu não odiava tanto aquilo, só achava uma idiotice, todo mundo fazer tudo ao mesmo tempo. Respirei fundo, e me estiquei sobre a mesa para pegar a pimenta. Minha mãe me olhou, um vinco estava formando-se em sua testa. Sorri de uma maneira maliciosa.
-Então Anna, como foi à escola? – perguntou minha mãe
-Chata, rezamos, enquanto eu murmurava palavrões, fingindo que estava rezando. - falei
Tentei seguir o jantar calada, muitas vezes murmurando algumas coisas sobre alienígenas. Minha mãe cuida de minha educação e de Robin, minha irmã mais nova. Ela tinha meses, e a pobre coitada tinha que viver sob condições religiosas totalmente idiotas.  Meu pai cuidava de meu irmão mais novo, o Nicholas, ele tinha sete anos. Vivia na mesma condição que Robin.
Diferente deles eu bati o pé para essas baboseiras. Meus avôs me consideram uma aberração, enquanto meus pais a vergonha da família. Eu me considero normal. Assim que terminamos de jantar fui para meu quarto, e me tranquei lá. Era o único jeito que eu encontrava para não matar alguém antes da hora.
Se eu fosse repassar cada momento do inferno que é minha vida, com certeza passaria a noite inteira me lembrando. Parte dela era entediante, a outra eram apenas meus pesadelos. Nada demais, só apocalipse, anjos, demônios, bruxas, e tudo de idiota que você pode imaginar.
Coloquei o travesseiro sobre meu rosto assim que ouvi passos no corredor, pelo barulho do salto deveria ser minha mãe. Ouvi três batidas na porta.
-Vamos Anna, sei que esta acordada! – disse minha mãe
- Ah o que foi? – falei fingindo sonolência
-Abra a porta! – ela falou irritada
- Só para me fazer levantar. – resmunguei abrindo a porta – O que?!
-Tenho um serviço para você...
-Ah que bom. Boa noite – eu interrompi
-Me deixa terminar. – ela falou – Você e Aaron teriam que fazer um pequeno serviço... “Apagando” o gerente do banco o Paul Quorra.
- Ta, e daí? – perguntei
- Vale cinco mil dólares. Tente fazer isso. Pelo menos prove que é capaz de fazer algo útil. – ela falou em tom zangado.
-Tanto faz, mas quero que saiba que irá correr riscos – avisei – nada sai de graça aqui, muito menos um assassinato de Paul Quorra. Agora, faça um favor, e saia do meu quarto. – falei
Fechei a porta e voltei para minha cama. Fiquei pensando em como poderia ser se ao menos, fossemos “normais”. Eu realmente queria saber como era uma família normal, em que não havia disputa, mortes, entre outras coisas. Mas já era difícil conviver, eu não tinha esperanças de algum dia, sair daqui.
Assim que acordei, tomei um banho gelado. Depois, sentei-me perto da janela. O vento balançava meus cabelos, contra minha vontade. Uns fios faziam cócegas em meu rosto, enquanto eu tentava prende-los. Ouvi uns passos o corredor, e minha porta se abrindo.
-Eu sei que é você Nicholas. – falei
-Ah! Sem graça. – ele falou vindo sentar-se em meu colo – Você não vai fazer nada hoje?
Olhei para meu caderno, e depois para Nick.
-Eu vou fazer uma redação. – falei
-E porque não faz lá em baixo? – Nick perguntou
-Não vou conseguir pensar. – falei
-E esta conseguindo aqui? – ele perguntou
-Com você aqui pirralho, não. – falei
-Sei... Vou brincar! – ele falou
-Vai lá. – eu disse
Voltei ao que estava fazendo, pensar no que iria colocar na redação. Mas não era problema enquanto estivesse quieto. Observei a folha de meu caderno, cheia de anotações, e passei os olhos por cima das anotações de Inglês. Eu tinha que fazer um redação de vinte e cinco linha – no mínimo – sobre a Igreja que “cuidava” dos Estados Unidos.
Comecei a escrever, fiz algumas linhas sobre o quanto a Igreja poderia deixar as penas mais pesadas. Antes era o governo que comandava os EUA, mas depois de algumas revoluções, a Igreja tomou conta. As penas na eram severas, mas se algum tentasse ultrapassar os portões daqui, ou tentar rebeliões, estaria morto no mesmo minuto.
Fui ao banheiro. Eu estava branca demais, meus cabelos pretos estavam bagunçados, mas mesmo assim pro lado. Minha franja também. Meus cabelos eram lisos, e a cor natural era um tom de ruivos, mas acabei os pintando de preto. Eu era alta, e muito branca e meus olhos eram azuis. Minha maquiagem estava completamente borrada, eu estava parecendo um zumbi.
-Para onde vai? – perguntou meu pai
-Para algum lugar longe daqui! – gozei
-Sei. – ele disse e sumiu.
Sai pela cozinha e fui para um dos becos que havia perto de minha casa. E quem eu encontrei? Oh sim meu protetor.
-O que faz aqui? – perguntei.
Ele não respondeu. Revirei os olhos, mas mantive os mesmo colados em seu rosto. Deviam ter se passado uns cinco minutos, até que ele respirou fundo.
-Você não deveria estar aqui. – ele disse
-E você é quem para me dizer isso? – perguntei
-Thomas O’Brian, o cara que cuida de você. – ele falou
-E eu com isso?
-Você não respeita nem a si mesma! Seus pais querem o melhor para você. – ele falou um pouco zangado
-Podia ser pior. – falei
-Você em breve será apenas um exemplo. – ele falou
-Idiota. – falei
-Viu. – ele disse
-Você não sabe nada sobre mim. – falei irritada
-Sei mais do que você pode imaginar. – ele disse
Seus olhos azuis penetraram nos meus. Seus cabelos eram pretos, e sua franja caia sobre seus olhos. Era alto e musculoso, lindo. Mas ele de repente se afastou. Estava a uns sete passos de mim.
-Teimoso! – falei cortado o gelo
-Nem tanto quanto você. Agora vai para casa. – ele falou
Thomas virou-se de costas e cerrou os punhos. Pisquei duas vezes e sai. 

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